Diversão é com os papangus, o melhor do carnaval pernambucano

11 de agosto de 2019
Irineu Ramos

Papangus estão inseridos na essência da simplicidade do folião que se move ao som do frevo. Há mais de cem anos são considerados estrelas da folia. Nascidos em Bezerros, zona do agreste pernambucano, os mascarados de nome estranho alegram o carnaval e atraem milhares de turistas para desfilar no domingo da folia pelas ruas da cidade.

Crédito: Irineu Ramos

O carnaval romântico e tradicional está em pleno vigor. Claro que não nas grandes capitais, invadidas pelo ensurdecedor ritmo eletrônico e brincadeiras que mais agridem do que divertem. Mas, em pequenas localidades não muito distantes dos centros mais agitados.

A pouco mais de cem quilômetros do Recife fica Bezerros, em pleno agreste, berço do papangu. Uma manifestação do que há de mais genuíno no carnaval desde a época em que se chamava entrudo, no final do século XIX. Naquela ocasião os homens dispostos a se divertir, decidiram brincar escondidos atrás de máscaras, vestindo roupas compridas para que a identidade de cara um ficasse no anonimato.

Crédito: Prefeitura de Olinda

Durante a festança percorriam as casas de amigos e parentes modificando a voz e mantendo o rosto escondido. Nesses locais era servido um angu, espécie de mingau de milho. E, desta brincadeira surgiu o nome dos papangus.  Com o passar do tempo a festa ganhou dimensão. Mas, a forma de brincar mascarado continuou a mesma.

Crédito: Dante Barros

No passado as máscaras eram confeccionadas com um fruto chamado coité. De casca grossa, seu interior quando cortado ficava em forma de cuia e cobria o rosto. As roupas carregavam a simplicidade do homem do campo e muitas vezes eram feitas com folhas de bananeira e palha.

Hoje as máscaras tradicionais dos papangus são produzidas com colê ou machê, cola e tinta. As roupas variam de formas e cores. Podem ser calças, mantas ou as tradicionais kaftans (tecidos que cobrem todo o corpo) escondendo até as mãos com luvas. Há aqueles que usam a criatividade para incrementar a cultura. Neste caso a máscara pode ser confeccionada com plástico, borracha e até couro.

Crédito: Dante Barros

No carnaval a cidade costuma receber até 300 mil visitantes em três dias de folia. É a terceira localidade mais procurada no estado durante os festejo de Momo.

Bezerros é um município agrícola e um dos maiores produtores de tomate de Pernambuco. A indústria local destaca-se pelas fábricas de bolos e doces. Na gastronomia uma boa pedida são os restaurantes doDistrito de Encruzilhada, onde o principal atrativo é a carne de sol.

A estrutura hoteleira local deixa a desejar. Mas, bem próximo dali, cerca de meia hora de carro, está Gravatá, com infraestrutura de fazer inveja na região do agreste.

Para aproveitar os festejos a sugestão é hospedar-se no Portal de Gravatá Hotel Fazenda, na BR 232, km 82 – Gravatá/PE, (81) 3533.0288. www.portaldegravata.com.br .

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