Capítulo 9: Lar Doce Lar?

15 de agosto de 2020
Léo Oliveira

                         

Foto: Léo Oliveira

Quando se precisa de um lar… A Pietra é prima do Vini, e no Brasil, só nos víamos em festas em comum. Eu sabia que ela estava por aqui, e quando o roubo aconteceu em Paris, mandei mensagem para ela, que disse:

—  Sem casa, você não fica. Já falei com meus flatmates — nome dado para pessoas que moram com você —  por aqui, e nem que você durma no sofá, mas na rua você não fica”.

Isso me dava mais tranquilidade para achar uma moradia fixa, e por conta de um milagre, ou destino, no outro dia mesmo, ela disse que um dos rapazes que morava com ela estava para sair, e que eu poderia ir lá conhecer a todos e ficar com a vaga dele.

Mas (essa história é cheia de “mas”, eu sei), não podemos comemorar as coisas muito rápido por aqui.

Foto: Léo Oliveira

Quando estava a caminho, para conhecer essa nova casa e toda a galera, recebo uma mensagem dela, falando que, simplesmente, todos haviam sido despejados.

Fiquei estático quando li a mensagem. Era algo inacreditável.

A Pietra então disse:

— Vá até o Daft e veja se encontra alguma casa disponível para alugar!

Joguei no Google Maps e mesmo sob chuva, não pensei duas vezes, parti em disparada.

Cheguei até um prédio comercial, com um cara fumando na frente. Ele perguntou se eu queria entrar e colocou uma senha para uma porta se abrir para mim. A recepção era no terceiro andar, e quando chego lá, uma sala toda branca e iluminada, com mesas de jogos, um sofá e um interfone.

Fui até o interfone e falei:

— Tem alguém aí? Preciso de uma casa e…

Então uma voz disse:

—  Aqui nós não aceitamos visitas, você deve entrar direto no nosso site.

Foi aí que me toquei, a Pietra disse para eu ir até o site, e não ir literalmente até o lugar.

Sentei no sofá, e por lá fiquei, aguardando a chuva passar.

Passavam algumas pessoas por mim, achavam que eu era algum funcionário de lá, puxavam assunto, e para alguns eu até falava:

— Sou da área administrativa aqui, mas estou em busca de algo no Marketing, não aguento mais fazer o mesmo trabalho por 5 anos nessa empresa, sabe…

Saí do prédio, e recebo uma mensagem falando que ainda haviam chances de morar com a Pietra e seus amigos, e se eu não queria ir conhecer o lugar.

Voei até lá!

Mas (eu disse que tem vários “mas”), quando chego no local, imaginem que não só eles, como uma rua inteira havia sido despejada também.

Era um cenário pós-apocalíptico, e eu estava bem no meio dele.

Foto: Léo Oliveira

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