Capítulo 8: Lobo Solitário… Mas Nem Tanto

18 de julho de 2020
Léo Oliveira

                         

Foto: Léo Oliveira

Agora sim, o Lobo, mais Solitário do que nunca, desembarca em solo irlandês.

Escrevendo, começo a lembrar da sensação que tive quando cheguei na Irlanda:
– Não tinha casa fixa, pois a escola só me deu moradia por uma semana;
– Não tinha mais que €200;
– Não tinha meu visto para estudante, pois estava marcado apenas para o próximo mês;
– Não tinha trabalho, pois não tinha o visto;
– Não conhecia nada do lugar;
– Estava sozinho.

A sensação não era lá muito boa, o medo batia na porta toda hora. Mas foi esse mesmo medo que me fez crescer em momentos difíceis, e seria esse mesmo medo que me manteria focado em conquistar meus objetivos.

Cheguei na minha moradia temporária, e fui muito bem recebido por todos lá. Mix de brasileiros e outros países sul-americanos. Contei minha história para todos eles, e me trataram tão bem, que fizeram até um churrasco em meio ao raro sol de Dublin.

Foto: Léo Oliveira

Começava ali uma outra história.

A matriarca da casa era como se fosse uma mãe para todos lá, ela e seu marido realmente cuidavam da galera, e depois de uma conversa em meio a uma lavada de louça na cozinha, disse:
—  Olha, guri, você terá uma semana aqui nessa casa só, entretanto, eu terei uma cama livre por mais uma semana, então saiba que ela é sua, e agora você tem duas semanas para tranquilizar as coisas, ok?

Eu tinha menos de 4 horas naquela casa, e alguém já estava me ajudando e confiando em mim.

Agora, meu plano, era ter um plano. Mas não era um plano qualquer… eu precisava montar “o Plano”, e mais uma vez, coloquei tudo o que tinha na mesa:
– Cerca de €200;
– Meu mochilão;
– O dinheiro do meu visto, numa conta no Brasil;
– Cartão de crédito;
– Escola paga, que começaria em 2 semanas.

Meu plano então era:
1 – Arrumar uma casa fixa, e usar parte do dinheiro do meu visto para pagar o aluguel;
2 – Começar a escola;
3 – Esperar até a data do meu visto;
4 – Arrumar um trabalho.

Se as coisas dessem erradas, eu usaria meu cartão de crédito.
Pronto. Era acertar, ou acertar agora. Sem mais erros ou amadorismos.

Então, era focar no item 1, e arrumar uma moradia fixa. Portanto, a partir de agora vocês conhecerão Pietra Machado, a prima do Vini, que já estava em Dublin há algum tempo e que teve papel fundamental nisso.

Foto: Léo Oliveira

VEJA também NO LPM!